quinta-feira, 20 de setembro de 2012

 
 
O perder não é o outro ir embora. Perder é algo mais completo, mais intenso, mais imutável. Alguém pode não ter ido embora, no entanto já não te quer mais, assim também alguém pode ter ido embora, mas o sentimento que movia a relação continua alí, no mesmo lugar. Por isso , não tenha medo de alguém ir embora , porque o "ir embora" é reversível. Mas se esse alguém é importante para você , cuide para não perder , porque o "perder" ,em matéria de sentimento , é imutável.
( Laura Astrolabio )

domingo, 2 de setembro de 2012

Pensamento

Vamos iniciar mais uma semana um novo mês com muitos pensamentos positivos, com muito amor e paz... Deixando ou não que nossos momentos de carências nos afetem ou não, que nós levemos a tomar certas atitudes desejáveis ou indesejáveis, mas que sejam sempre boas para-nos.
Bom fim de domingo!!!

sábado, 18 de agosto de 2012


LEMBRETE

Estamos chegando ao fim de mais uma edição da Bienal do Livro. Quem ainda não foi tem até o próximo dia 19 de agosto para conhecer e adquirir a versão impressa do livro.

Dia 15 de agosto foi o dia dos solteiros... E o povo continua nessas de encontrar o homem perfeito, a mulher perfeita. Acredito que ninguém é perfeito. Pequenas diferenças de personalidade fazem uma pessoa diferente da outra.  E quando se gosta esta pessoa sempre será perfeita para você, assim como você também será para ela.

domingo, 12 de agosto de 2012

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Escreva aqui!

Quando visitar nosso blog não deixe de escrever suas impressões e ideias acerca do livro. Os carentes agradecem!

domingo, 15 de julho de 2012

Tara versus carência

Uma das coisas que percebi no clube é que muitas das situações, se não fossem explicadas pelos seus próprios agentes, poderiam soar como taras. E é verdade: cheirar o sexo do outro, se machucar por causa de uma mulher, gostar de apanhar do marido podem sugerir não carências, mas sim taras de pessoas sofríveis e, porque não, até doentes. Gostaria de saber se, você que leu o livro, entende ser tara ou carência tais estórias. Abaixo há mais uma confissão que poderá entrar na próxima reunião do clube. Essa parte final é por que ele descobriu que sua mulher o estava traindo usando lingerie de cor preta, pois como ele ela só usava lingerie de cor branca:

E assim vivi vários anos com ela. Com o meu anjo de paz e libertação, sempre ao meu lado, sempre de branco, sempre demonstrando o anjo de pureza e delicadeza que era... Até que hoje... Enfim, eu a vi de preto. Toda de preto... Com uma camiseta decotada escandalosa, um sutiã tipo tomara que caia preto e uma calcinha... Uma calcinha preta, uma calcinha preta de puta, fio dental, pequenininha, que mal cobria as formas da sua vagina. Isso para mim foi o fim. O fim da minha vida. Eu acreditava que ela não era como as outras. Que ela não era puta. Que ela era um anjo. Um anjo maravilhoso e iluminado. Mas não. Ela não era imaculada. Ela era uma vagabunda sim, com todas as outras, como todas as mulheres. E agora eu sei. Eu sei que não existem mulheres cândidas e puras. Agora eu sei que nem o meu anjo era assim. Ninguém é. Todas as mulheres são iguais. Nenhuma é pura e resguardada. E foi por isso... Foi por isso que eu comprei essa arma

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Sobre o Clube

As estórias do livro nasceram mais de impressões do que observações práticas ou científicas a respeito da carência e do amor. A carência é um tema muito delicado e perigoso. Quem não conhece alguém que já fez alguma bobeira por estar carente? Conheço pessoas que perderam dinheiro, ficaram grávidas, entraram em depressão e também, infelizmente, chegaram a se matar. Por isso penso que dar um viéz tragicômico a esse sentimento seja uma forma de pensá-lo de uma maneira mais light

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Minhas frases preferidas do Clube

Há algumas frases em O Clube das Carências Afetivas que considero serem muito legais. Se você tiver alguma de sua preferência, por favor, divulgue, ou divirja, para nós. Há mais do que estas.:

" Não me venha dizer que amar é divino, que devemos entender o homem amado quando ele sai com outra, essas baboseiras canônicas de lavadeiras do século passado, que enquanto esquentavam a barriga no fogão e a esfriavam no tanque fingiam não saber que os maridos saiam para gozar a vida dentro e fora dos úteros disponíveis e assanhados pelo mundo". (I - o cheiro)

" Doí de amor por Anete". (II - o toque)

" Depois de quase quarenta anos achei ter conseguido encontrar uma resposta satisfatória para as minhas dúvidas retóricas, católicas e apostólicas sobre amor e sexo: Liberdade". (III - a sede)

" Fazer sexo é natural. Ele surge quando a língua da (in) consciência se mete no ouvido do amor". (III - a sede)

"Eu sou livre para amar em silêncio". (IV - o olhar)

" A felicidade real existiria se não houvesse o amor". (V - o toque)

"Acordei com ele sugando meu sexo. Ainda com a boca cheia do meu gozo, veio lamber a minha face agredida e dizer no meu ouvido que me amava". (V - o toque)

"Via, na paisagem dos seus olhos, que o nosso caminho juntos havia chegado ao fim". (V - toque) 

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Um sócio que não chegou a entrar no clube

Um caso que repercutiu com força na imprensa foi o assassinato do executivo Marcos Matsunaga pela sua esposa, a ex-prostituta Elize Matsunaga. No jornal Folha de São Paulo o colunista Contardo Calligaris teceu uma reflexão interessante sobre os sentimentos que uniam (ou não) o casal. Este caso poderia até fazer parte do clube. Mas, infelizmente, se materializou em verdade.

                             UMA LINDA MULHER

Se você ama uma mulher por ela ser prostituta, tente entender a fantasia que está atrás de seu amor
Numa cobertura da Vila Leopoldina, em São Paulo, na noite de 19 de maio, Elize Araújo Matsunaga, 30, assassinou o marido, Marcos Matsunaga, 42, com um tiro na cabeça. Na manhã seguinte, com uma faca de cozinha, Elize esquartejou o cadáver, de modo a poder transportar os pedaços em três malas. Logo, ela foi se desfazer das malas e da faca.
Esse fato de crônica tem tudo para se tornar literatura de cordel. Há o sangue frio de Elize depois do crime. Há a diferença social entre Marcos, empresário e herdeiro da Yoki, que acaba de ser vendida por R$ 1,7 bilhão, e Elize, enfermeira e bacharel em direito, mas de origem bem humilde.
Além disso, o ciúme foi um dos motivos: na noite do crime, Marcos acabava de ser confrontado por Elize, que conseguira a prova da infidelidade do marido. Mais: o horror aconteceu depois de seis ou sete anos do que foi, ao que tudo indica, uma genuína paixão; a filha, de um ano, estava no apartamento, dormindo, durante o crime; foi Marcos que transmitiu a Elize o interesse pelo tiro e pelas armas (havia 30, todas registradas, no apartamento).
Mas, acima de tudo, o que transforma a história do casal em matéria de cordel é o fato de que Marcos encontrou Elize, em 2004, num site de garotas de programa.
A informação parece ser repetida pela imprensa como uma mensagem aos homens: olhe o risco que você corre, se você amar uma prostituta e casar com ela.
Ora, quero corrigir esse lembrete. Se você se apaixonar por uma prostituta (ex ou não, tanto faz) e quiser se casar com ela, recomendo apenas uma cautela, que não tem nada a ver com sua futura mulher e tudo a ver com você.
Claro, a culpa do crime de 19 de maio é só de Elize, mas o lembrete preventivo é para os homens, embora chegue tarde para Marcos.
Se você ama uma mulher que por acaso é prostituta, aí, tudo bem; mas, se você ama essa mulher POR ELA SER prostituta, atenção: nesse caso, seria sábio você se familiarizar com a fantasia que sustenta seu amor. Qual é, em geral, a fantasia em questão?
Todo mundo se lembra de "Uma Linda Mulher", filme adorável de Garry Marshall, em que o rico Edward (Richard Gere) se apaixona por Vivian (Julia Roberts), uma prostituta que ele "levantou" na rua. Será que a história de Marcos e Elize é "Uma Linda Mulher" sem o final feliz? De fato, sempre pensei que, depois dos sorrisos do fim do filme, Edward e Vivian acabariam mal -talvez não tão mal quanto Marcos e Elize, mas mal. Por quê?
Logo quando Edward decide trazer Vivian para o seu mundo, ele "acha graça" confessar a um amigo que aquela linda mulher que está com ele é uma prostituta de rua.
Prognóstico inelutável. Um dia, Edward não resistirá à fantasia que lhe fez escolher Vivian: ele a humilhará (e se humilhará), lembrando, eventualmente diante de amigos e parentes, que Vivian vem da sarjeta e que ele poderia jogá-la de volta para lá.
Na noite do dia 19, segundo a confissão de Elize, Marcos a ameaçou: "Vou te mandar de volta para o lixo de onde você veio". Ele também declarou que, se a mulher quisesse se separar, a filha ficaria com ele, pois será que um juiz daria a guarda da menina a uma prostituta? (Eu aposto que sim, mas sou otimista...).
Em regra, o desejo de um homem que se apaixona por prostitutas (e planeja "redimi-las") é sustentado por uma fantasia (inconsciente) de vingança -contra a mulher e contra ele mesmo, por ter se deixado seduzir. Explico.
A sexualidade de muitos homens é patologicamente neurótica: eles olham para o sexo pelo buraco da fechadura do quarto dos pais. Nessa ótica infantil, não se salva ninguém: é "puta" qualquer mulher que vai com os outros, ou seja, todas as mulheres são "putas", inclusive a mãe (surpreendentemente), porque ela vai com pai, padrasto e companhia -enquanto, para a gente, ela só tem carinho contido.
Para o homem de calça curta, ajoelhado diante da fechadura, a "puta" é um paradoxo: vergonhosamente acessível a todos, salvo a ele.
É nessa infantilidade que nascem a misoginia básica, o gosto da violência contra as prostitutas, a ideia de que todas as mulheres, se não são prostitutas, sonham com isso e uma preferência amorosa quase exclusiva por meretrizes.
Quando um desses homens ama uma prostituta e se casa com ela, seu ressentimento pode se calar em nome do amor, mas só por um tempo: ainda ele vai puni-la por ter sido e ser para sempre a "puta" que vai com os outros.

O Patrono do Blog

Como é comum, principalmente no meio literário, nomear patronos para todas as coisas, resolvi ascender ao posto de patrono do blog o poeta Álvares de Azevedo, que morreu, segundo consta, puro e casto, e não conseguiu materializar todo o amor, toda a paixão, toda a carências que nutria em seu peito. Este é um dos seus mais conhecidos poemas:
LEMBRANÇAS DE MORRER

“...Eu deixo a vida como deixa o tédio

Do deserto, o poento caminheiro,

- Como as horas de um longo pesadelo

Que se desfaz ao dobre de um sineiro;

Como o desterro de minh’alma errante,

Onde fogo insensato a consumia:

Só levo uma saudade - é desses tempos

Que amorosa ilusão embelecia.

Só levo uma saudade - é dessas sombras

Que eu sentia velar nas noites minhas.

De ti, ó minha mãe, pobre coitada,

Que por minha tristeza te definhas!

Se uma lágrima as pálpebras me inunda,

Se um suspiro nos seios treme ainda,

É pela virgem que sonhei. que nunca

Aos lábios me encostou a face linda!

Só tu à mocidade sonhadora

Do pálido poeta deste flores.

Se viveu, foi por ti! e de esperança

De na vida gozar de teus amores.

Beijarei a verdade santa e nua,

Verei cristalizar-se o sonho amigo.

Ó minha virgem dos errantes sonhos,

Filha do céu, eu vou amar contigo!

Descansem o meu leito solitário

Na floresta dos homens esquecida,

À sombra de uma cruz, e escrevam nela:

Foi poeta - sonhou - e amou na vida...”
Álvares de Azevedo
(in Lira dos vinte anos)